As dores podem se manifestar de diferentes maneiras nos indivíduos, dependendo do nível de tolerância a dor, do tipo e mecanismo da lesão e, consequentemente, a maneira como ela pode ser tratada. Entretanto, independente do tipo e do grau, sabemos que ambos reduzem a qualidade de vida da pessoa e aumentam os níveis de estresse.
A seguir você conseguirá entender melhor como a dor é desencadeada e como funcionam seus mecanismos.
Neurologia da dor
Fisiologicamente e neurologicamente, pode-se dividir primariamente a dor de acordo com sua origem, sendo elas nociceptivas, neuropáticas ou nociplásticas.
As dores nociceptivas são geradas quando há uma ativação dos nociceptores, células nervosas aferentes conhecidas como “receptores de perigo”, localizadas na pele, músculos, órgãos ou ligamentos a partir de um estímulo térmico, mecânico ou químico; um exemplo são as dores provindas de uma queimadura, fratura e inflamação, consecutivamente. Elas normalmente são do tipo agudas, intensas e latejantes que apresentam piora com o movimento e melhora em repouso, devido aos fatores causais. Também podem se apresentar de maneira leve e cessam quando o estímulo provocativo é eliminado do corpo, sinalizando ao sistema nervoso central que o tecido já voltou ao seu estado natural de funcionamento, a chamada homeostase.
As dores neuropáticas ocorrem quando há uma lesão diretamente em células do sistema nervoso, podendo ser tanto a nível periférico quanto central e causadas por traumas ou toxicidade de doenças metabólicas, como a diabetes não controlada. A expressão desse tipo de dor ocorre através de sintomas como a alodínea, quando há um quadro álgico com estímulos não dolorosos, a hiperalgesia ou uma hiperpatia, sendo uma reação dolorosa mais exacerbada.
A terceira classificação de origem que pode ser citada é a nociplástica, sendo essa um estudo mais recente sobre o processamento neurológico da dor. A presença de dores crônicas sempre foi muito discutida, principalmente quando não há mais uma lesão que justifique o quadro álgico, como a fibromialgia, por exemplo. Estudos indicam que essa categoria de dores nociplásticas ocorrem quando há uma desregulação do processamento de dor pelo sistema nervoso a partir de modificações das vias, as quais continuam ativadas mesmo após o fator lesivo que desencadeou o começo da dor tenha sido eliminado. Associa-se também a esse tipo de dor quadros de depressão e estresse emocional.
Formas de expressão de dor
Os quadros álgicos podem apresentar-se com características dolorosas específicas de acordo com o seu fator causal.
Os sintomas mais comuns que podem ser citados são as dores do tipo facada, que podem remeter a uma causa mais local e articular, como uma síndrome facetaria, que também pode causar uma dor referida para outra região do corpo, do tipo queimação ou em peso, podendo ser de origem muscular. Entretanto, apenas com a característica da dor não é possível realizar um diagnóstico, pois são indicativos de possíveis áreas envolvidas. É necessária uma avaliação completa do quadro e dos sintomas para melhor entendimento.
A quiropraxia e a dor
A procura pela quiropraxia quando se está em um quadro álgico é bem comum e na grande maioria dos casos o resultado é benéfico. Entretanto, não podemos deixar de lado um dos fatores mais importantes do tratamento quiroprático: o efeito causado diretamente no sistema nervoso central.
Como citado acima, todas as dores se originam no sistema nervoso, o que muda são seus fatores causais, porém são sempre interpretadas e moduladas pelo cérebro. Com base nisso, uma melhor expressão do sistema nervoso tende a reduzir os quadros de dor do paciente, papel ao qual a quiropraxia se propõe através de diversas abordagens para cada tipo específico de dor, de forma individual e humanizada para cada paciente.
Uma mudança de hábitos também é fundamental, principalmente em casos de dores nociplásticas, como uma alimentação saudável e prática regular de exercícios físicos, apresentando uma boa saúde física e mental, principalmente ao reduzir níveis de estresse.
O tratamento com a quiropraxia após uma avaliação com um profissional graduado na área pode trazer inúmeros benefícios a pessoas que sofrem com dores recorrentes.
Referências
https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/nociceptive-pain