Saiba como a alimentação pode influenciar na saúde da coluna vertebral - Rael Rosa | Quiropraxia

Rael Rosa | Quiropraxia

Saiba como a alimentação pode influenciar na saúde da coluna vertebral

Atualmente, a lombalgia se encontra como uma das principais causas incapacitantes para a população mundial, tendo a diabetes tipo II como fator predisponente para distúrbios degenerativos lombares, como a neuropatia diabética e a artropatia, além de possivelmente aumentar a chance de intervenções na coluna, ressaltando as injeções e cirurgias lombares. Desse modo, entender as características microscópicas, nutricionais e metabólicas da alimentação, permite a abrangência da compreensão sobre o funcionamento do corpo humano, desde percepções como o olfato, paladar e seus impactos na coluna vertebral.

Segundo o livro “The Wahls Protocol”, as mitocôndrias são organelas celulares responsáveis por gerar energia às células e, consequentemente, ao corpo todo por meio da nossa ingestão de alimentos. Assim, para que o corpo funcione de maneira correta e eficiente, torna-se necessário usufruir de uma alimentação nutritiva e equilibrada.

Na atuação dos sistemas, o complexo gustatório tem como principal objetivo a nutrição, dentre suas funções, é capaz de diferenciar cinco qualidades gustatórias, mais conhecidos como “sabores”: doce, amargo, azedo, salgado e umami (delicioso). Já o sistema olfatório tem capacidade de diferenciar substâncias e sua provável toxidade antes mesmo de ser ingerida, através da contribuição de vários receptores. Aliados às propriedades do comportamento instintivo, estudos mostram que podemos ter ampla consciência na escolha dos alimentos que consumimos.

 A complexidade na obtenção de nutrientes e seus respectivos processamentos variam de acordo com o tipo de tecido envolvido, suas células e composição da matriz extracelular e, apesar dos variados processos, em geral, tem como objetivo o eficiente funcionamento do corpo, visto que cada tipo celular possui suas necessidades metabólicas específicas.

Saúde dos ossos

O tecido ósseo tem como característica sua vascularização, facilitando o processo de nutrição, a porção orgânica é constituída principalmente de colágeno tipo I, glicosaminoglicanos, proteoglicanos e glicoproteínas adesivas, a parte inorgânica é formada primordialmente por cálcio e fosfato. Porém, cerca de 200 milhões de mulheres sofrem mundialmente, muitas vezes de maneira silenciosa e incapacitante, com a osteoporose, ocorrida pela carência de cálcio nos ossos, aliado a esse fato, consumir suplementos isolados do mineral pode gerar ainda mais malefícios. Assim, entender o metabolismo do cálcio e compreender sua falta torna-se mais eficiente no tratamento e prevenção da doença. 

Além de exames para verificar a calcitocina e o PTH, o correto nível de vitamina K contribui no aumento de cálcio nos ossos, evitando calcificações ectópicas, a vitamina é produzida no intestino através da ingestão de alimentos fermentados como chucrutes, kombucha e iogurte. Outro aliado é o magnésio, responsável principalmente pela proliferação de osteoblastos -célula presente nos ossos- sendo encontrado no cacau, oleaginosas, abacate, cereais e banana. Além disso, tomar sol garante 80% da vitamina D necessária no nosso organismo e 20% pode ser adquirido por meio da alimentação, sendo importante na formação dos ossos.

Nutrição dos discos intervertebrais

A saúde da cartilagem fibrosa depende de causas multifatoriais, a idade, genética, ambiente e a disfunção metabólica impactam os discos intervertebrais. Por serem avasculares, recebem nutrição através da difusão pela placa vertebral terminal, leitos capilares e anel fibroso periférico, e a atividade física aliada com a boa postura tem papel fundamental no encaminhamento dos nutrientes, onde as compressões e descompressões alternadas colaboram no processo de envio nutricional. 

Em geral, ao discos são constituídos por um anel fibroso, lamelas de fibras colágenas tipo I responsáveis pela resistência contra forças de tração e, em seu interior encontra-se o núcleo pulposo, composto de um gel semifluido rico em proteoglicanos e água, tendo como objetivo a resistência à compressão do disco durante os movimentos.

Apesar do trauma estar ligado com a degeneração discal, as alterações na bioquímica e nas estruturas das células progenitoras contribuem para a diminuição celular e da matriz extracelular. Manter uma alimentação saudável possibilita a nutrição do corpo em sua totalidade, diminuindo inflamações, aumentando a alcalinidade e, junto com a atividade física, oferecendo melhor meio para a evolução das unidades celulares. 

Inclusive, a vitamina C tem forte influência na biossíntese de colágeno dos discos intervertebrais, sua concentração pode ser diminuída por causa do fumo, a nicotina interfere na absorção do ácido ascórbico e no comprometimento dos vasos sanguíneos, desse modo, o tabagismo tem potencial de diminuir a nutrição dos discos intervertebrais, causando assim sua desidratação, instabilidade e possível lombalgia.

Saúde do sistema nervoso

Hábitos alimentares, exercícios físicos e intelectuais, sono de qualidade e o jejum têm participação na saúde e execução do sistema nervoso. Caso as células não recebam energia suficiente -através dos alimentos- para sua evolução de forma adequada, o comprometimento na diminuição das sinapses e função cerebral podem levar ao déficit cognitivo.

Estudos mostram que o hábito de comer durante a maior parte do dia pode ser tão negativo quanto a falta de nutrientes, contribuindo no processo de degeneração das células. Manter um jejum de doze horas entre o jantar e o café da manhã, respeitando o ciclo circadiano e tendo bom hábito de sono, colabora para a queima correta de calorias e percepção da fome pelo cérebro, uma vez que o corpo busca a homeostase, melhorando inclusive a cognição e neuroplasticidade. 

Juntamente com uma alimentação de forma correta e regular, responsável por liberar hormônios na circulação sanguínea, ao chegar ao hipotálamo e hipocampo colabora na atividade sináptica e melhora do aprendizado e memória. Ademais, a influência da ingestão de alimentos pode iniciar antes da primeira garfada, primeiramente afetando a cognição e emoções. 

As vitaminas do complexo B tem forte influência nas células nervosas, sendo B6 responsável pelo desenvolvimento e B12 na formação da bainha de mielina e, B9 atuando indiretamente no desempenho da função cerebral. Em relação a absorção da vitamina, o álcool, juntamente com o consumo de açúcar, prejudica e dificulta o processo, bebedores sociais necessitam de até cinco vezes mais vitamina B6 do que aqueles que não bebem ou consomem álcool raramente. 

O magnésio é um mineral que também possui papel importante na dieta, capaz de melhorar a estabilidade da membrana celular, diminuir o stress oxidativo, a inflamação e influenciar positivamente na ansiedade e depressão, atuando no metabolismo celular. Outro aliado é o ácido fólico, capaz de contribuir na regulação da produção de neurotransmissores, na diminuição da inflamação e no aumento da saúde neurológica. A vitamina E e o ômega 3 também possuem papel biológico fundamental na saúde do funcionamento nervoso. 

Estudos mostram que a obesidade é um fator contribuinte para a dor, degeneração e incapacidade, além do sobrepeso afetar as articulações, músculos e coluna vertebral, influencia na diminuição da atividade física, alteração dos movimentos, aumento da ingestão calórica, inflamação e surgimento de doenças crônicas, afetando a homeostase cardiometabólica.

Em resumo, manter uma alimentação baseada em ingredientes crus (rica em enzimas), como verduras, frutas e legumes, reduzir ou descartar o consumo de produtos industrializados e carnes vermelhas, principalmente processadas e de procedência duvidosa, respeitar o ciclo circadiano tendo horários certos para se alimentar, fazer atividade física regularmente, assim como ter um bom hábito do sono, se expor seguramente ao sol e manter bons níveis de vitaminas e nutrientes, são formas fundamentais de contribuir para a saúde, impactando diretamente na coluna vertebral.

Para melhor qualidade de vida e saúde, consulte um quiropraxista graduado e procure acompanhamento nutricional com profissionais qualificados. 

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